Eu vi a luz!
Quem diz que ficamos mais sábios com a idade tem toda a razão. Aos 30 anos tive duas epifanias, duas clarividências em que vi a luz bem brilhante em frente aos meus olhos. É claro que são duas epifanias que já devia ter tido há bastante tempo, mas eu nunca me gabei de ser rápida de racíocinio ou destreza mental, principalmente, no que toca a coisas sobre mim mesma. Pronto, ok... Sempre fui um bocado lenta nas coisas do interior. Mas como estava a escrever, depois de fazer 30 anos percebi duas coisas: a única pessoa a quem quero provar alguma coisa é a mim mesma. Toda aquela história de ser perfeita, de fazer sempre tudo direito e sem mácula, para não ouvir críticas, é só mesmo para não as ouvir e não me martirizar durante dias sobre a minha falta de jeito no que quer que seja. Por isso, engulo o medo e atiro-me à água sem fazer fitas nas aulas de natação, agarro na prancha e vou até ao fim sem pensar que não tenho pé. Por isso, calo-me bem calada, porque quando abro a boca e saí asneira, as outras pessoas esquecem passados dois segundos, mas eu lembro-me durante duas horas e são duas horas de terror, de remoer o que disse e a martirizar-me. Se acho que vou mudar? Acho que não. Compito comigo mesma há 30 anos e já estou velha para mudar.
A segunda é saber quem realmente interessa e quem realmente devo ter por perto. Quem está lá no matter what, sem se importar com o tempo, com o frio, o calor, a neura, os gostos, os outros... Demorei 30 anos a perceber isso, mas ainda sou nova para mudar.
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